Como o sexo estimula o vício em jogos

Para um adolescente, pouca coisa é tão importante quanto as meninas. (Ok, muitas coisas deveriam ser importantes, mas na verdade… não são!) Aliás, essa prioridade também não nos abandona depois…

Todo homem quer ser desejado pelas mulheres. Olhamos para celebridades, pessoas ricas ou caras bonitões, e queremos ser como eles – Ter todo aquele status!

Alguns adolescentes enlouquecem na academia. Fazem qualquer coisa para ter aquele tanquinho. Outros preferem beber um engradado de cerveja. Fazemos isso para estar perto e chamar a atenção das mulheres. Vimos uma garota bonita, mas ela ainda não nos viu… ainda não.

Então vemos um comercial de TV sobre jogos de azar. Jogos, aquela coisa com cartas que o James Bond joga (e como ele é legal!). Jogos, aquela coisa com pessoas ganhando jackpots nos filmes com suas últimas moedas. Qual era aquele logo que nosso herói do futebol tem na camisa? Não era de uma empresa de jogos de azar? Talvez jogar possa nos enriquecer. Parece funcionar para outras pessoas!

O sonho de status brilha mais forte que a lua cheia – Pegamos nossa mesada e acessamos o cassino! Ainda não sabemos, mas a pior coisa que pode acontecer é ganharmos logo na primeira vez.

Inúmeros viciados em jogos testemunharam a sensação daquele primeiro acerto – aquele primeiro ganho, e muitas vezes se perguntaram o que teria acontecido se tivessem perdido.

Não há nada de errado em sonhar ou desejar status. O problema é quando as pessoas tentam atalhos. Para adolescentes, jogos, Onlyfans e crime são atalhos. A sociedade pode não promover diretamente esses atalhos. Mas a sociedade, as mídias sociais, o photoshop, os aplicativos de relacionamento e a indústria do jogo glorificam os ricos, famosos e bem-sucedidos.

No passado, os meninos adolescentes tinham que competir com outros garotos na escola. Hoje em dia, eles têm que competir com pessoas do mundo todo por status. O desejo por atalhos nunca foi tão forte.

De volta ao cassino, perdemos nosso dinheiro naquela primeira vez. Mas estávamos “quase lá” algumas vezes, e nosso cérebro, carregado de hormônios (dizem que ainda não está totalmente maduro), já está convencido de que podemos ganhar muito dinheiro. Como resultado, o cérebro libera enormes quantidades de dopamina para nos motivar a tentar novamente.

…E nós tentamos. De novo e de novo, tentamos! Tornamo-nos criativos e encontramos novas maneiras de conseguir dinheiro para jogar (nem sempre legais).

Enquanto estamos focados na possibilidade de ganhar – De conseguir o status que desejamos, algo mais acontece dentro de nós. Nosso cérebro cria uma via neurológica (uma maneira elegante de dizer que aprendemos algo novo). O cérebro percebe que não experienciamos dor ao jogar.

Jogar cria um êxtase – Um momento em que esquecemos todos os nossos problemas. E só Deus sabe quantos problemas os meninos adolescentes têm: 

  • Se encaixar 
  • Se encontrar 
  • Aquelas espinhas feias e nojentas 
  • Pais irritantes 
  • Autoestima baixa 
  • Todos os outros parecem se sair melhor que nós 

E sim, as meninas… ou melhor, a falta delas.

Jogar começou como um sonho de status, sexo e fama. Mas logo, jogar cria seus próprios problemas. Mesmo que saibamos logicamente que não vamos ganhar, nossa mente subconsciente anseia pelo alívio emocional que jogar cria. Então, continuamos jogando – Afundando mais fundo e desenvolvendo um vício em jogos.

Todo jogador começa a jogar pelo entusiasmo e pela chance de ganhar. Mas para um viciado em jogos, jogar tem pouco a ver com dinheiro. Não importa se ganham ou perdem. Eles continuam jogando de qualquer forma. É ótimo ganhar porque o cérebro sabe que mais dinheiro significa que podemos continuar jogando por mais tempo.

Escrito por Anders Bergman